domingo, fevereiro 03, 2008
Para ser completamente sincero, eu estava decidido a desistir deste blog. A minha ausência prolongada, já para não falar das minhas parcas participações enquanto cá estava, tinham-me convencido de que não me estava a encaixar aqui, e que mais valia afastar-me e concentrar-me noutros projectos.
Mas o Jorge está empenhado em ressuscitar o OLDComics (nome que só eu dou a isto, mas não consigo resistir). "O Outro Lado dos Comics irá reerguer-se das cinzas, qual Fénix dos X-m...Hã, das cinzas", diz ele. Eu tento responder, mas ele já vai em "...e eu vou participar duas vezes por semana, e tu escreves qualquer coisa semanalmente sobre a DC. E depois entrevisto-te a ti e ao teu amigo! Vai ser GLORIOSO!"
"Pois, Jorge, mas sabes, isso da entrevista, não sei... e semanalmente? Eu nem mensalmente consegui da outra vez.... E eu nem sequer leio só DC, por isso..."
"NÃO INTERESSA! VAI SER GLORIOSO! VAMOS BRILHAR NA INTERNET COMO UM FARÓL NA BRUMA DAS ANÁLISES DESENXABIDAS A COMICS! GLORIOSOOOOO!!"
Ele é do Sporting, pelo que sei.
Enfim. Acabei por ter que ceder. Não por não ter argumentos, só por não ter tido hipótese de os usar. De forma que decidimos que, em vez de falar só da DC, vou reutilizar uma ideia que tinha para o nosso podcast, mas que nunca cheguei a usar. Nomeadamente, comentários curtos aos comics que vou lendo. Se tudo correr como planeado, todos os domingos teremos aqui a lista dos comics que li durante a semana, acompanhados de uma avaliação mais ou menos critica, se for caso disso, e no final, a escolha do Melhor da Semana, e da Surpresa da Semana. Os títulos falam por si mesmos, penso eu.
Bom, mas chega de introdução. Comecemos.
ACTION COMICS #861 - A Legion of Super-Heroes é provavelmente a série que mais reboots teve ao longo da sua história. Pelas minhas contas, já recomeçou do zero pelo menos 3 vezes, sempre eliminando tudo o que se passou antes. Por isso, mesmo gostando do conceito, nunca me debrucei muito sobre a Legion. Esta história, no entanto, dá-me vontade de o fazer. A versão da Legion aqui apresentada é uma que não se encaixa na continuidade de NENHUMA das versões prévias, mas mesmo assim, não só é uma das melhores histórias do Superman dos últimos anos, como é a melhor história da Legion que alguma vez li. Isto vai na quarta parte de seis, por isso não é a melhor altura para começar a ler. Mas se apanharem o paperback daqui a dois ou três meses, arrisquem, que vale a pena.
BATMAN #673 - Eu sou fã do Grant Morrison, mas admito: para lá dos jogos com múltiplas versões e facetas do Batman, entendo muito pouco do que ele tem tentado fazer nesta série. Ainda tenho esperança que no final tudo se torne claro, mas a coisa não promete. Além disso, este é um dos números mais confusos. Se percebi bem a coisa, o Batman está à beira da morte, como vimos no número anterior, e a mente dele relaciona isso com o ritual de purificação espiritual que ele fez em Nanda Parbat durante o 52, e vemos as ilusões e flashbacks que ele teve durante esse ritual, incluindo o confronto com o assassino dos pais dele, e uma experiência psicadélica com a cooperação da força aérea dos Estados Unidos. Tudo isso está muito bem. Mas que raio é que o Bat-Mite estava a fazer no cliffhanger do número anterior, e na cena em que aparece neste? Não percebo. Ainda.
BLACK ADAM THE DARK AGE #6 (OF 6) - Esta mini-série teve os seus altos e baixos. Sempre muito bem escrita, e bem negra, sofreu ocasionalmente por um ou outro número ser menos interessante. Mas neste número, o protagonista descobre a sua nova frase mística. E achei a frase tão hilariante, especialmente como contraste com o personagem, que não posso deixar de recomendar isto.
BLACK SUMMER #5 (OF 7) - Esta série começou muito bem, mas confesso que as partes mais recentes me tinham perdido um bocadinho. Primeiro foi a morte aparente do personagem mais interessante da história (bom truque de storytelling, na minha opinião, mas aqui não funcionou muito bem), e a isso seguiu-se um comic inteiro de uma cena de acção. Felizmente, este número parece voltar à força da história. Há acção, sim, mas há discussões sobre decisões politicas e militares, sobre ética de vigilantismo, e muito mais. E a história realmente avança. Estou novamente a bordo, a 100%.
CAPTAIN AMERICA #34 - E eis que, nove meses depois da morte do Steve Rogers, esta série volta a ter um protagonista. Não há muito a dizer sobre este comic. O novo Capitão America estreia-se aqui, enfrentando os planos do Red Skull. Bom material, mas não revolucionário. Ainda assim, este comic nunca foi tão bom como tem sido ultimamente. Não foi desta que desiludiu.
COUNTDOWN TO FINAL CRISIS 13 - Como sempre, este comic é fraquito. Não é ofensivamente mau, é só... inconsequente. Não em termos de impacto na continuidade, nesse aspecto tem consequências, esta série foi desenhada para isso. Mas deixa-me simplesmente indiferente. Só continuo a ler porque, sinceramente, quero ver como acaba. Mas já perdi a esperança de ver um número disto realmente bom.
DAREDEVIL #104 - Hm. Este storyarc, sinceramente, parece-me um bocado aborrecido. Não me tem entusiasmado muito, e este número também não me fez mudar de ideia. Não me entendam mal, a equipa criativa nisto continua a ser muito boa, só que... há algo nisto que me parece... vazio, nem sei. Enfim. Espero que o próximo storyarc seja melhor.
FANTASTIC FOUR #553 - E assim termina a estadia do Dwayne Mcduffie neste título. Pena. Toda a gente está ansiosa pela equipa que vem a seguir (Mark Millar & Bryan Hitch, para quem não sabe), mas eu não. O Mcduffie entende os personagens, e apesar da abordagem dele ser ocasionalmente retro, como a parte referente ao código moral do Doom neste número, ele consegue acima de tudo divertir. E isso é muito bom. E confesso, adorei os momentos finais desta história...
GREEN LANTERN #27 - O problema desta série, no momento, é que não pode chegar aos pés da saga que terminou no #25, e no entanto, ainda está a explorar as consequências dela. Este número é muito bom, e dá que pensar sobre as atitudes questionáveis dos Guardians of Oa, especialmente devido à natureza final dos Alpha Lanterns. Mas por muito boa que a história seja, está à sombra da história que a precedeu, e de certa maneira, da que sabemos que a vai seguir em 2009. Mas é excelente, e vale a pena ler, qualquer dos casos.
MIGHTY AVENGERS #8 - Desilusão. A ideia central deste comic (uma praga de simbiontes transforma toda a população de Manhattan em variações do Venom) acaba por ser desperdiçada num fight-comic sem muito que o recomende. Perda de tempo, infelizmente. E é pena, que eu gosto desta série...
ULTIMATE SPIDER-MAN #118 - É isto que o Brian Michael Bendis faz melhor: Drama/comédia adolescente. Quando esta série vai por acção, pronto, é boa, e tal. Mas é nas trapalhadas do Peter Parker no liceu que ela brilha, e felizmente, neste número temos muito disso. Há super-heróis à mistura, ok, mas isso só torna a coisa mais hilariante. Muito bom, mesmo...
Por esta semana é só. Ficaram por rever o NEW AVENGERS ANNUAL #2 e o AVENGERS INITIATIVE #9, que transitam para as criticas da semana que vem. Para já, vamos às escolhas.
SURPRESA DA SEMANA: Acho que escolho o Mighty Avengers, pela negativa. Estava à espera de bem melhor.
MELHOR DA SEMANA: Estive tentado a fazer batota já na primeira vez, e escolher um empate a três, com o Ultimate Spider-Man, o Black Summer, e o Action Comics. Mas empates são desleais e preguiçosos, por isso vou escolher um. E escolho o Ultimate Spider-Man, que depois de ler o Mighty Avengers, me relembrou o que o Bendis faz bem. Além disso, dos três candidatos foi o único que me fez rir, e muito. Isso é sempre uma vantagem enorme. Outra vantagem é que sei que a escolha vai irritar o Jorge só um bocadinho...
E pronto, por esta semana é só. Acho que a coisa correu bem. Para a semana há mais. Até!
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