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quarta-feira, agosto 12, 2009




Chegou recentemente às bancas The League of Extraordinary Gentlemen - Century: 1910, o novo volume da saga vitoriana da autoria do escritor Alan Moore, acompanhado pelo habitual artísta da série, Kevin O'Neill. Este volume recém-editado é o terceiro na continuação oficial da saga (uma vez que The League of Extraordinary Gentlemen: Black Dossier é referido por Alan Moore como uma obra de ligação entre o segundo e o terceiro volumes) e o primeiro da série a ser editado pela Topshelf e pela Knockabout, após Alan Moore ter rompido com a DC na sequência de conflitos.
Comparativamente aos dois anteriores volumes, The League of Extraordinary Gentlemen - Century: 1910 não apresenta o ritmo tão característico dos romances de aventuras; é antes uma introdução que serve de transição entre os acontecimentos do segundo volume e o que se seguirá nos próximos capítulos. Neste terceiro volume da saga encontramos os membros da Liga (além de Mina Murray e de um rejuvenescido Alan Quatermain, há novos membros a descobrir) a seguirem várias pistas relacionadas com o sonho de um dos novos cavalheiros extraordinários, que aparentemente não levam a lado nenhum. Somos também introduzidos a diversas novas personagens e enredos que se formam e que, se adivinha, estarão relacionados com a narrativa principal.
The League of Extraordinary Gentlemen - Century: 1910 serve principalmente como aperitivo para os fãs da saga, deixando antever alguns eventos que terão lugar no volume seguinte mas pouco revelando sobre como se irá desenvolver a narrativa. Se qualquer dos dois anteriores volumes continha uma história que se podia ler por si só, este terceiro volume é uma ponta solta que apenas fará sentido com o que se seguirá. Alan Moore mantém o seu registo de escrita repleta de elementos referenciais e a arte de Kevin O'Neill mantém o mesmo aspecto algo tosco. É acima de tudo um volume que irá deixa ansiosos os fãs da saga.
saí­do da mente de Nuno Miguel Lopes às 6:15 da tarde
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11 Comentários:
É engraçado como, apesar da arte do Kevin O'Neill não me agradar ( é mesmo tosca como tu dizes e muito bem!!), a série cativa do principio ao fim. Presumo que esta edição seja em inglês, por isso pergunto-te se tens conhecimento de uma edição nacional em breve.
Ao contrário de várias edições no mercado português, a obra de Alan Moore merece a publicação na nossa língua.

Um abraço.

Saí­do da mente de Anonymous Lucaimura, às 7:52 da tarde

 
Tb gostei de ler, o Barbaças continua a saber escrever e estruturar histórias. Ficamos perdidos entre as novidades (personagens e eventos)e as respostas estão sempre nas entrelinhas. Não é um bom "starting point" mas os fãs da série vão gostar.

Saí­do da mente de Blogger Jorge, às 11:08 da manhã

 
Estão a exagerar,a 1a liga foi a melhor bd,ja a segunda é mais fraca.

Saí­do da mente de Anonymous kitt, às 5:09 da tarde

 
Lucaimura, a edição de que falo é a inglesa. Em Portugal, foi a Devir que lançou os dois primeiros volumes traduzidos em português. Diria que são eles que têm os direitos de adaptação da obra para português, mas uma vez que este novo volume foi lançado por uma editora diferente da dos volumes anteriores, é esperar para ver se a Devir adquire os direitos de tradução e edição. Mas mesmo que consiga, pode demorar algum tempo até lançar a tradução do terceiro volume(estou a referir-me a este Century: 1910; o Black Dossier é um caso mais complicado, porque não estava sequer prevista a sua edição fora dos E.U.A. - isso deve-se a problemas de copyright e vem no seguimento do conflito entre o Moore e a DC; ainda assim, encontra-se à venda nas lojas de BD em Lisboa): para veres o caso do que aconteceu com o segundo volume, a edição original foi lançada em 2003 e a versão portuguesa da Devir só foi lançada em 2005. Esperemos que não demore dois anos, mas vai-te preparando. ;)

Concordo que as obras do Alan Moore deveriam ser lançadas em português, mas especulo que haverá, pelo menos, três razões que poderão tornar isso difícil (ou, pelo menos, demorado): o Moore tem obras publicadas em várias editoras, o que faz com que quem queira traduzi-las e editá-las tenha de negociar com essas diferentes editoras - as negociações podem ser complicadas, uma vez que cada editora tem a sua política de venda de direitos e umas cobrarão mais do que outras; infelizmente, o mercado de BD em Portugal reduz-se a um nicho de apreciadores, pelo que as editoras preferem investir em obras literárias mais convencionais, pois poderão vender mais exemplares(muitos portugueses gostam de ler livros; só uma minoria também gosta de ler bd) e não ter tanto prejuízo com os que não conseguirem vender - é uma questão de custos, quer com o tradutor, quer com a impressão de exemplares(as gráficas impõem um limite mínimo de exemplares a serem impressos em cada edição; se apenas se venderem meia dúzia de exemplares, a editora tem prejuízo); os portugueses são conhecidos por terem facilidades em falar línguas (especialmente o inglês), pelo que muitos portugueses preferem ler as obras escritas em inglês sem grande dificuldade e prescindem das traduções portuguesas (confesso ser o meu caso) - sendo assim, talvez as editoras achem não ser necessário traduzir as obras para português (como se percebe que Watchmen, que saiu em 1986, não tenha sido traduzido para português, nem mesmo agora que saiu o filme?), uma vez que poderiam vender apenas poucas cópias. É óbvio que quem sai prejudicado são os leitores de língua portuguesa que não dominam a língua inglesa.

Ainda em relação às obras de Alan Moore, e sei que este comentário já vai longo, apenas uma curiosidade: o Moore estreou-se no romance (literatura no sentido mais convencional) com a obra Voice of Fire, em 1996; a tradução portuguesa saiu apenas em 2006 - 10 anos depois! - num lançamento da jovem editora Saída de Emergência. Como vez, não são apenas as obras de banda desenhada do Moore que demoram a sair em português...

Um abraço.

Saí­do da mente de Blogger Nuno Miguel Lopes, às 6:32 da tarde

 
Tal como tu, também eu compro a maior parte das edições em inglês e até algumas em francês. Só tenho pena é que as editoras portuguesas, as poucas que ainda restam, não arrisquem!! Se reparares, muitas das edições publicadas ultimamente referentes a traduções de edições estrangeiras, são de obras de fim de catálogo de editoras estrangeiras, ou seja, por cada obra de qualidade "adquirida" eles impingem o refugo da colecção.
Será que somos tão mau negociadores que para ter uma obra boa temos que levar com o resto da porcaria!! Serão os lobbys assim tão poderosos!! Enfim, só nos resta usar outro hábito tão português, encolher os ombros e esperar por melhores dias.

Um abraço.

Saí­do da mente de Blogger Unknown, às 7:43 da tarde

 
Percebo bem o que dizes. É lamentável que tanta porcaria chegue às bancas e outros tesouros fiquem "arquivados". Não sei até que ponto serão as nossas editoras más negociadoras (confesso que desconheço por completo o processo de negociação entre editoras), mas a verdade é que é praticamente impossível uma editora viver exclusivamente das obras de bd que publica, em Portugal (daí que a Meribérica/Liber se tenha extinto; e a Devir, parece-me que vive muito mais dos jogos como Magic: The Gathering, Warhammer e outros, do que da bd - daí que talvez invistam mais do seu dinheiro na comercialização desses jogos em Portugal e da organização de torneios, pois as receitas que daí advêem serão largamente superiores às da bd). Além disso, tem de haver dinheiro para se comprar os direitos, pagar a um tradutor e fazer as impressões. É sempre o mesmo: uma questão de dinheiro e o nosso mercado ser pequeno.
Uma das soluções é que de um mal possa vir um bem, ou seja: que os grandes grupos que andam a comprar várias editoras (a Leya, que é o exemplo mais visível em Portugal) possam iniciar uma edição de bd para os bdéfilos portugueses, em que as eventuais fracas receitas que viriam da venda de livros de bd, seriam suportadas por lucros de outras vendas do mesmo grupo (em termos literários, isso já acontece, com a edição de autores menos conhecidos ou estreantes). Não só haveria mais bd a ser editada em Portugal (e em português), como talvez não tivesse que se esperar tanto tempo pela tradução de uma obra: protocolos estabelecidos entre o grande grupo e editoras estrangeiras fariam com que, mediante uma selecção criteriosa do que valeria a pena traduzir e publicar em português, houvesse já um acordo em relação aos direitos de uma obra ou autor e assim que a obra original fosse editada, demoraria pouco tempo a encomendar a tradução e publicá-la em Portugal, não sendo necessária uma espera de anos. Talvez também tirasse do desemprego alguns tradutores. ;)
Resta-nos esperar e ver o que os anos vindouros trarão.

Um abraço.

Saí­do da mente de Blogger Nuno Miguel Lopes, às 9:54 da tarde

 
Watchmen tem a venda uma versão traduzida para Portugues Brasileiro,procurem nas Fnacs.

Saí­do da mente de Anonymous kitt, às 3:02 da manhã

 
Pelo jeito a nossa conversa ainda vai virar uma série :D.
A fim de concluir este intenso debate, vou dar uma breve explicação sobre como funciona as negociações entre editoras.A Meribérica quando comprou os direitos da série Rapaces de Dufaux e Marini (muito boa!!)à editora Dargaud, teve de comprar pelo menos mais 3 ou 4 séries menos boas (ou mesmo péssimas) à mesma editora. As grandes editoras mundiais, principalmente as europeias, funcionam por sistema de pacotes, ou seja,"Querem o Lanfeust de Troy?? então têm de comprar as aventuras do Cócó, Ranheta E Facada!!".
Desta maneira, estas grandes editoras conseguem uma grande movimentação de catálogos gerando assim mais lucros, mas arruinando as pequenas editoras nacionais.
Como tu próprio disseste, o nosso mercado é pequeno, não no tamanho mas sim na cultura de ler BD, por isso não há possibilidade de escoar o refugo impingido. Só grandes editoras como a Asa ou a Leya, poderão ter argumentos para mudar a situação, basta ter vontade e um pouco de senso comercial.
Só podemos atrair mais leitores publicando obras de qualidade e principalmente atractivas para o público jovem, por exemplo eu apostava no catálogo da Soleil, porque tem muitas séries de qualidade e visualmente espectaculares!!
A fórmula é simples (apesar de tudo se tornar complicado em Portugal), séries mais espectaculares origina mais leitores que por sua vez origina mais receitas. Basta as editoras fazerem a sua parte da equação.

Um abraço.

Saí­do da mente de Blogger Unknown, às 1:02 da tarde

 
Obrigado Kitt, pela informação sobre o Watchmen. Confesso que não sabia da existência de uma versão em português do Brasil.
E obrigado Lucaimura pelo esclarecimento sobre como funciona a negociação entre editoras. É lamentável ter que se impingir obras menos boas para se adquirir uma de jeito. Enfim...

Um abraço.

Saí­do da mente de Blogger Nuno Miguel Lopes, às 1:57 da tarde

 
Kitt não concordo. a meu ver, qualquer história da Liga tem sido coerente do ponto de vista de qualidade. Não acho que a primeira história seja melhor que as outras. São diferentes e cada "arco" mostra bem isso.

Saí­do da mente de Blogger Jorge, às 4:00 da tarde

 
A Devir acabou de lançar no Brasil League of Extraordinary Gentlemen 1910 em português, neste mês de agosto. O preço é de 46 reais, fora custos de importação.

Saí­do da mente de Anonymous Robson Waterkemper, às 2:47 da tarde

 

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