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quinta-feira, outubro 01, 2009

À semelhança do que aconteceu no ano passado, o FIBDA volta a homenagear o argumentista sul-americano Héctor Oesterheld. E se no ano passado esteve presente a viúva de Oesterheld, Elsa Sanchez, este ano estarão presentes os netos Fernando e Martin. Para os que não conhecem Oesterheld, deixo em baixo uma breve biografia daquele que é considerado um dos melhores argumentistas da história da bd sul-americana.

Héctor Oesterheld nasceu em 1919, em Buenos Aires. Teve formação em geologia (que se afirma ter sido uma preciosa ajuda na composição das suas obras de ficção científica) e trabalhou como jornalista antes de se dedicar a escrever histórias de banda desenhada. Em 1957, fundou com o seu irmão Jorge a Ediciones Frontera, dedicando-se à publicação de várias obras de banda desenhada. A sua obra mais conhecida é provavelmente El Eternauta (com arte de Francisco Solano López, entre outros), um clássico de ficção científica cujas tiras semanais conheceram grande sucesso na época da sua publicação, no final da década de 1950 e início da década de 1960. Esta obra é de tal modo marcante na cultura argentina, que actualmente se pode encontrar um mural com desenho de Alberto Breccia (artista uruguaio, outro dos nomes históricos da banda desenhada sul-americana) e excerto de diálogo de Oesterheld numa estação de metropolitano de Buenos Aires.
A carreira de Oesterheld inclui outras obras marcantes, como El Sargento Kirk (uma das colaborações com Hugo Pratt), Mort Cinder (com arte de Alberto Breccia) e La Vida del Che (arte de Alberto Breccia e do seu filho Enrique) – esta obra foi publicada em 1968 (um ano após a morte de Che Guevara), tendo o governo argentino ordenado a sua retirada de circulação e destruído os originais.
Na década de 1960, Oesterheld foi forçado a fechar a Ediciones Frontera devido à crise económica que afectou a Argentina.

As obras de Héctor Oesterheld tiveram um relevante impacto político e em 1977, com a subida dos militares ao poder na Argentina, Oesterheld e as suas filhas foram detidos e nunca mais se soube nada deles. O jornalista Alberto Ongaro, em 1979, tentou saber do paradeiro de Oesterheld. A resposta que recebeu foi:

Fizemo-lo desaparecer porque foi o autor da mais bela história escrita até hoje sobre Che Guevara.
(in Alberto Breccia e Héctor Oesterheld – Mort Cinder, Tomo I: Os Olhos de Chumbo. Edições Asa, 2005.)

saí­do da mente de Nuno Miguel Lopes às 2:52 da tarde
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